quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Entrevista exclusiva com o téologo J. I. Packer

Um dos 25 evangélicos mais influentes nos EUA combate o ecumenismo e o pluralismo religioso


Entrevista exclusiva com o téologo J. I. Packer
Por Silas Daniel
James Iaann Packer foi considerado pela revista norte-americana Times, em edição de janeiro de 2005, um dos 25 evangélicos mais influentes nos Estados Unidos. Packer é notadamente um dos maiores teólogos da atualidade. Ele é autor do best seller teológico "O Conhecimento de Deus" e da obra "O Plano de Deus para você", um dos grandes lançamentos da CPAD em 2005.

Packer nasceu em Gloucestershire, Inglaterra, em 1926, e estudou na Universidade de Oxford, onde formou-se em Teologia em 1952 e doutorou-se em Filosofia em 1954. Em 1952, foi ordenado ministro, servindo como ministro-assistente da Igreja de Saint John, na Inglaterra, em Harborne, Birmingham, até que em 1954 foi convidado para ser professor sênior do Tyndale Hall, um seminário anglicano em Bristol, onde lecionou de 1955 a 1961. De 1961 a 1970, foi diretor do Latimer House, um centro anglicano de estudos evangélicos em Oxford. Em 1970, retornou a Bristol para ser reitor do Tyndale Hall. Quando este fundiu-se em janeiro de 1972 com dois outros seminários evangélicos para se tornar o Trinity College, Packer assumiu a função de reitor associado da nova instituição.

Em 1979, tornou-se professor de Teologia Histórica e Sistemática do Regent College, em Vancouver, Canadá. Desde 1996, é presidente da mesa de professores de Teologia do Regent College. Casado e pai de três filhos, ele tem pregado e conferenciado em toda Grã Bretanha e América do Norte, e é um articulista freqüente em periódicos teológicos. É ainda editor-executivo da mais famosa revista evangélica do mundo, a Christianity Today, e foi editor-chefe da versão English Standard da Bíblia, publicada em 2001.

Mesmo em meio a muitas atividades, professor Packer cedeu-nos esta entrevista, abordando o ecumenismo, a Teologia da Prosperidade, o ensino do “esvaziamento” de Cristo e a heresia de que o inferno não existe.

O senhor escreveu um livro sobre o plano de Deus para o homem, publicado no Brasil pela CPAD. Qual é o propósito e a mensagem desta obra?
O livro foi publicado em inglês em 2001 e é uma espécie de suplemento para meu mais conhecido livro, O Conhecimento de Deus. Seus capítulos cobrem alguns aspectos do relacionamento com Deus, como alegria, autoconhecimento, santidade, transformação conforme a imagem de Cristo, comportamento diante da má saúde e das más situações, e como ganhar sabedoria e enfrentar a morte. Mas o principal alvo é mostrar que a graça de Deus em Cristo é adequada para levar-nos ao enriquecimento espiritual e a vitórias em todas as situações.
Diversas religiões apresentam sua crença sobre qual é o plano de Deus para a vida das pessoas. Como o senhor sintetiza o plano de Deus para a vida à luz das Sagradas Escrituras?
O compreensível plano de Deus para nós, pecadores salvos através de Cristo, é que aprendamos a glorificá-lo e a alegrar-se Nele, a amá-lo, adorá-lo e servi-lo com todo o nosso coração. Isso requer regeneração, novo nascimento, transformação do caráter através da renúncia à impiedade e a determinados comportamentos, e do desenvolvimento de hábitos cristãos em seu lugar, do Fruto do Espírito em nós, conforme Gálatas 5.22-23. Devemos guerrear espiritualmente contra o mundo, a carne e o Diabo, que procuram obstruir e espoliar a obra de Deus em nós. Precisamos ainda cultivar a companhia de Cristo, e termos cuidado para não o desonrarmos por meio da pobre qualidade do nosso discipulado. São também importantes responder ao ministério íntimo do Espírito Santo quando ele toca nossa consciência para a humildade e a santidade, e tomar cuidado para não ofendê-lo com pensamentos orgulhos, palavras ásperas ou ações vergonhosas; deixar Deus reestruturar nosso desordenado coração, para que possamos dar amor a Ele e aos outros, e mantermo-nos assim todos os dias da nossa vida; e, finalmente, sermos humildes e transparentes no nosso relacionamento com os outros, ativos no trabalho e testemunhas do Senhor em meio a este mundo de escuridão espiritual que nos rodeia. Muito disso pode ser encontrado em meus livros O plano de Deus para você e "Rediscovering Holiness" (Redescobrindo a santidade), que lancei em 1992.
Qual é a principal heresia de nossos dias?
A heresia que ameaça todas as formas de cristianismo hoje é o pluralismo religioso, a idéia de que todas as religiões estão escalando na verdade uma mesma montanha, mas de pontos iniciais diferentes, e reunir-se-ão quando chegarem ao topo, onde Deus, segundo os hereges dizem, é completamente conhecido. O islã tem o propósito de conquistar o mundo, como as missões cristãs um século atrás, e rejeitam o pluralismo. A maior parte das religiões do mundo faz o mesmo, mas alguns pensadores cristãos estão influenciados pelo sonho de todas as religiões do mundo virem a abraçar-se proporcionando alguma forma de complementação do conhecimento de Deus. Essa heresia implica a negação da singularidade de Cristo como Salvador do mundo, o único e suficiente caminho para o singular Deus Pai, que perdoa nossos singulares pecados pelo sangue singular de Cristo derramado no Calvário e recebe-nos singularmente como filhos adotivos em sua família, na qual o Senhor Jesus, nosso singular Mediador e Salvador, é também o singular irmão mais velho. Todos os outros erros modernos são insignificantes se comparados com este.
Além do ecumenismo, a Teologia da Prosperidade ainda é um grande problema?
A Teologia da Prosperidade é o ensinamento de alguns televangelistas e cristãos neopentecostais, e foi popular na América do Norte há vinte anos, mas é raramente escutada hoje por aqui. Não sei se ela ainda tem esse vigor todo na África, Ásia e América do Sul, mas teve alguma repercussão também nesses continentes. Esse ensino repousa sobre os seguintes princípios: 1) Deus é fiel cumpridor de suas promessas, o que é verdade; 2) reivindicar promessas é uma maneira de orar, o que também não deixa de ser verdade; 3) as promessas de prosperidade no Velho Testamento como um sinal do favor divino aplicam-se inalteravelmente no Novo Concerto, o que é mais falso do que verdadeiro, pois ainda que Deus encarregue-se de suprir diariamente o pão durante nossa vida neste mundo até o fim, as promessas de saúde-e-prosperidade para Israel tipificam o enriquecimento espiritual aqui e a plenitude de abundância depois daqui, no Céu; 4) e pedir a Deus brava e audaciosamente em oração, compelindo-o a responder nossas solicitações exatamente nos termos em que nós as fizemos, em vez de preferir que Ele responda-nos fazendo o melhor conforme a nossa necessidade. Isso é falso, pois choca-se com o que nos ensinam textos como 2Coríntios 12.7-10.
Recentemente, alguns teólogos evangélicos liberais começaram a ressuscitar a teoria de que o Inferno não é uma realidade. Até um famoso teólogo evangélico inglês, conhecido no mundo todo pela sua ortodoxia, chegou inicialmente a simpatizar com a teoria. O senhor foi um dos que combateram esse movimento. Quais os perigos dessa heresia?
O Inferno é o estado final de separação do amor de Deus e de todas as coisas boas que ele concede diariamente nesta vida. Ele é tão eterno quanto eterna é a vida; se a última é interminável, então esse é o padrão (Mt 25.46; Rm 2.5-12; Ap 14.9-11, 20.12-15, 21.8). As Escrituras descartam a salvação universal e a aniquilação do mau pela morte ou após o último julgamento. Tudo isso foi muito debatido recentemente e em detalhes em todo o mundo teológico de fala inglesa. O que tenho dito até aqui parece ser a visão geral agora, quando esse debate começou a morrer. Claramente, é improvável que os que não acreditam em um inferno eterno sintam a urgência do evangelismo fortemente como os que crêem nisso.
O senhor escreveu em seu bestseller Conhecimento de Deus sobre o sentido do termo grego kenosis, usado em Filipenses 2.7 e traduzido em algumas versões como “aniquilamento” ou “esvaziamento”. Como o senhor explica kenosis e, conseqüentemente, a doutrina do “esvaziamento” de Cristo em sua encarnação?
Kenosis é uma palavra grega que significa “esvaziamento”. A teoria de kenosis, como é conhecida, é a suposição – e não mais do que isso, porque não há suporte para ela nas Escrituras – de que na disposição de entrar plenamente na experiência humana de limitação, o Filho de Deus entregou, suspendeu e abandonou o exercício dos poderes de onipotência e onisciência que eram seus antes. Isso significa que, durante a vida encarnada de Jesus na Terra, o Pai, o Filho e o Espírito não eram co-iguais. Tal teoria levanta o seguinte dilema: O Filho, depois de glorificado, recuperou esses poderes (neste caso, apoiando a teoria, sua vida hoje glorificada não seria plenamente humana) ou ele não os recuperou (neste caso, a co-igualdade com o Pai e o Espírito nunca serão dele novamente)? Cristãos sensatos julgarão acertadamente que, de um jeito ou de outro, essa teoria se autodestrói. As limitações humanas de conhecimento de Jesus em Marcos 5.30-32 e 13.32, e de energia em Marcos 4.38, devem ser explicadas em dois termos. Primeiro, por causa do desejo do Pai de que o Filho não usasse seus poderes divinos para transcender os limites da experiência humana. A onisciência só se manifestava em ocasiões de conhecimento à distância e do futuro, capacidades concedidas também aos profetas. Vemos isso em passagens como Mateus 17.17 e 21.2, Lucas 18.31-34 e 22.10-13, e João 1.48. E, em segundo lugar, devido à satisfação do Filho em relação ao desejo do Pai nessa matéria, de que, por alguns instantes, não usasse seu poder para prever aquilo que Ele sabia que seu Pai não desejava que previsse. Filipenses 2.6 e 2Coríntios 8.9 afirmam um abandono temporário da nobreza e da glória divinas, mas não dos poderes divinos. Isso está claro no contexto dessas passagens.
O professor norte-americano Norman Geisler escreveu um artigo combatendo o fato de alguns teólogos estarem ensinando que a ressurreição de Cristo foi espiritual. É a doutrina da ressurreição uma das mais atacadas em nossos dias?
Um professor, hoje aposentado, publicou um livro argumentando que quando Jesus deixou a tumba na ressurreição, seu ser físico, sua humanidade, foi transformado em uma forma invisível até que, por um ato da vontade de Jesus, ele fez a si mesmo visível para seus discípulos nas aparições após a ressurreição. Professor Geisler, juntamente com outro colega que lecionou Teologia por anos, alertou que isso poderia implicar que o Senhor ressuscitado não seria mais plenamente humano (o Messias é 100% homem e 100% Deus). Concordo com eles que é natural da humanidade ser fisicamente visível para outros humanos, como o mundo verá a Jesus quando Ele vir novamente, mas não acho que a disputa seja importante. Nenhum dos dois lados negou a ressurreição corpórea do Senhor, mas ambos estão afirmando o mesmo, e isso é o que importa. De qualquer modo, entendemos as particularidades do caso. Por agora, a maioria dos evangélicos na América do Norte esqueceu o debate inteiramente.
Como o senhor vê catástrofes como a do tsunami de dezembro de 2004 na Ásia à luz das Sagradas Escrituras? Os ateístas utilizaram o tsunami da Indonésia para afirmar que Deus não existe. Por que Deus permitiu o tsunami?
Em primeiro lugar, Deus não deve nada às criaturas e certamente nenhuma criatura humana, ainda mais cheia de pecado, está livre de tribulações neste mundo. A presente vida é preparação para a outra, e a vontade de Deus é que pela prática da bondade, santidade e virtude hoje e aqui sejamos ajustados para a felicidade da glória depois daqui. A vinda do pecado e a providência da redenção através de Cristo como seu remédio não alteram essa agenda. Em segundo lugar, Deus fez o mundo com regularidades. As leis da natureza e os processos naturais são estudados pelos cientistas, o que faz com que sejamos capazes de prever as conseqüências de nossas ações e então aprendermos a tomar decisões adultas, inteligentes, virtuosas e responsáveis. A Bíblia reconhece que desastres naturais, tais como terremotos, tempestades na terra e nos mares, tsunamis e erupções vulcânicas, são parte desse pacote, e ela não encontra nenhum problema nesse fato. Em terceiro lugar, a vontade de Deus para todos é que, quando acontecerem desastres, pratiquemos o que fez o bom samaritano (Lc 10.25-37). Não devemos perguntar o irrespondível “por quê?”, mas devemos sinceramente oferecer a nós mesmos para aliviar as necessidades de nossos próximos. Quanto aos ateístas, como eles querem que Deus não exista e que a crença em Deus seja desacreditada, naturalmente apelam para algo que acham que balançará a fé das pessoas em Deus.
Quais são suas principais recomendações para os estudantes da Bíblia?
Leiam a Bíblia regularmente e toda ela pelo menos uma vez por ano. Tenham um esquema de leitura diária da Bíblia com meditação. E quando voltarem-se para a Bíblia, seja para uma leitura mais demorada ou para ler apenas pequenas porções, orem para que o Espírito Santo vos conceda entendimento. Perguntem sempre a si mesmos, em relação a tudo que foi lido: O que isso revela sobre Deus, a vida humana sob Deus e a minha própria vida neste dia? Releiam muitas vezes os quatro Evangelhos, que têm sido chamados os mais preciosos livros do mundo, pois lá vocês podem ver seu Senhor e ter contato direto com as suas palavras. Aprendam a doutrina cristã, que está implícita em todos os lugares das Escrituras, então verão mais claramente o que está nas Escrituras, assim como uma pessoa que conhece arte vê mais em um quadro em uma galeria do que alguém que apenas o admira. E sempre pergunte ao Senhor como o que foi lido se aplica para orientar e reformar a sua vida.

Os perigos da secularização nas igrejas (3ª parte)

Vejamos agora alguns agentes promotores do secularismo (mundanismo) na igreja. São eles, à luz da Bíblia:

1) 2 Coríntios 4.4: “O deus deste século”. Século aqui é “aion”.

2) 1 Coríntios 2.12: “O espírito do mundo (kosmos)”. Ver também 1 João 4.3.

3) A mídia em geral. Conteúdos de vídeo, áudio, imagem, páginas impressas, internet etc que esteja saturado com o secularismo maléfico e maligno. Exemplo: A mídia principalmente televisiva, que prevalece no lar. Ela orienta os filhos e forma a mentalidade, molda a personalidade das crianças e adolescentes, induzindo-as (bem como os seus pais) ao mal de modo sutil. Atentemos para Deuteronômio 13.5b, Salmos 101.3, Provérbios 23.5 e 1 Coríntios 10.31b. Sim, induz a todos, inconscientemente, ao comportamento reflexo (por aquilo que vê e ouve), ao despudor (Por exemplo: lascívia, luxúria. Ver Oséias 4.12 e 5.4), à permissividade em geral, ao amor-livre, ao sexo-livre, como se tudo fosse natural, normal; à violência e à trapaça, ao engano, ao “jeitinho” e à mentira.

4) O acúmulo injusto, iníquo, de riqueza (Ec 5.10; Ef 5.5; Jr 17.11; Sl 39.6 e 62.10).

5) O trabalho material exagerado e contínuo. A pessoa não tem tempo para Deus, nem para a família, nem para a causa de Deus.

6) A consuetude da sociedade ímpia, incrédula, sem Deus. Paulo nos diz em Romanos 12.2: “Não vos conformeis com este mundo”. São usos, práticas, costumes, tradições e comportamentos sociais na igreja que são anticristãos, anti-Deus, antiéticos e antiestéticos.

7) As mutações sociais na família, constantes e rápidas. Veja 1 João 2.15, onde mundo é “aion”. Essas mutações lentamente enfraquecem, fragmentam, desagregam e arruinam a família, e daí a igreja, pois esta é a constituída de famílias. Em Daniel 7.25, lemos: “E cuidará em mudar os tempos e a lei”. Aqui, devemos conferir 2 Tessalonicenses 2.3, que fala da atividade do “homem do pecado (ho anomos)”.

8) A desumanização do ser humano. Refiro-me ao desaparecimento do amor no ser humano (2Tm 3.1-4). Em Mateus 24.12, Jesus diz: “O amor de muitos esfriará”. 2) No versículo 1 de 2 Timóteo capítulo 3, lemos: “Nos últimos dias”. Atente para a descrição dos últimos dias nesse capítulo. Ali há um aviso profético da Palavra de Deus. No versículo 2:  “Amantes de si mesmos (phil/autos)”. No versículo 2: “Avarentos (phil/arguros)”. No versículo 3: “Sem afeto natural (a/storgoi)” e “sem amor para com os bons (a/phil/agathos)”. E no versículo 4: “Mais amigos dos deleites (phil/hedones)”. Como se portará a humanidade sem amor?

9) A multiplicação do conhecimento humano sem sabedoria (Dn 12.4).
Na semana que vem, teremos a última parte desta série, onde falaremos sobre os efeitos maléficos do secularismo nas igrejas.

Os perigos da secularização nas igrejas (2ª parte)

O secularismo é como um fermento agindo na massa. Paulo lembra em 1 Coríntios 5.6 que “um pouco de fermento faz levedar toda a massa”. O fermento de que Jesus falou tem muito a ver com o secularismo dentro da igreja. Jesus falou de três tipos de fermentos. Vejamos a seguir.

1) O fermento dos fariseus (Mt 16.6 e Mc 8.15). Os fariseus eram formalistas, religionistas, ritualistas, nominalistas. Eles endeusavam as obras.

2) O fermento dos saduceus (Mt 16.6). Os saduceus eram racionalistas, agnósticos, céticos, materialistas, humanistas. Não criam no miraculoso, no sobrenatural.

3) O fermento de herodes (Mc 8.15). Os herodianos eram liberalistas, iconoclastas, modernistas, politiqueiros, secularistas, irreverentes. Os herodianos profanavam o dia do Senhor.

O fermento na Bíblia representa a corrupção espiritual, agindo ocultamente na massa do povo. A Bíblia fala da corrupção doutrinária (1Tm 4.1), da corrupção no culto, inclusive no louvor e na adoração, como nos dias do Antigo Testamento, e da corrupção no ministério. Alguns exemplos de hoje são a igreja ecumênica, o culto ecumênico, a bíblia ecumênica, o ministério ecumênico etc.

O secularismo e o balaamismo na igreja estão interligados. Balaão foi um estranho profeta-adivinho do Antigo Testamento (Nm 22.5; 23.7; 25.1-3; 31.8,16; Dt 23.4 e Js 13.22). O balaamismo é uma forma de secularismo atuando no Antigo Testamento. O secularismo na “doutrina de Balaão” (Ap 2.14) é a corrupção doutrinária, a qual leva à corrupção do culto e do povo. O texto bíblico fala: “Diante dos filhos de Israel”. É a mistura da igreja com o mundo, como se fosse um só povo.

O secularismo no “caminho de Balaão” (2Pd 2.15) é o profissionalismo material, uma ambição doentia por cargos e consagrações, o mercenarismo religioso, o mercantilismo nas coisas santas do Senhor, a “torpe ganância” citada várias vezes nas Epístolas.

O secularismo no “engano de Balaão” (Jd 11) é a dependência do raciocínio puramente humano, do intelectualismo humano nas coisas do Senhor. Por exemplo: interpretar as Escrituras pelo raciocínio humano somente, administrar a obra de Deus pelo saber humano, e julgar e decidir as coisas do Senhor apenas pelo raciocínio humano.

Devemos nos lembrar que, à luz da Bíblia, alguns “materiais” são imprestáveis na edificação da Igreja. Nesses “materiais”, temos lições preventivas sobre os males do secularismo na igreja. Se não, vejamos:

1) A igreja é comparada a um edifício espiritual em construção. “Eu edificarei a minha igreja”, Mt 16.18. “Sois edificados casa espiritual”, 1Pd 2.5. Podemos ver também essa verdade em Efésios 2.20-22 e 4.12.

2) Em 1 Coríntios 3.10-17, três dos seis materiais mencionados (v12) são impróprios para a edificação da Igreja do Senhor: madeira, feno e palha. São materiais efêmeros, baratos e reprovados por Deus. No sentido figurado da Escritura, esses materiais estão repletos de traiçoeiro secularismo (com outros nomes).

3) Os materiais aprovados por Deus são ouro, prata e pedras preciosas (v12). São materiais duradouros, custosos e especiais.
Na semana que vem, daremos continuidade a este importante assunto, falando dos agentes promotores do secularismo nas igrejas.

Os perigos da secularização nas igrejas (1ª parte)

Em Lucas 17.26-30, encontramos um aviso do Senhor Jesus sobre os males do secularismo e seu avanço como um sinal da proximidade de Sua Segunda Vinda. Afirma Jesus no versículo 26: “Assim como foi nos dias de Noé, assim será nos dias do Filho do Homem”.

O que acontecia nos dias de Noé que se assemelham aos nossos dias? Afirma Jesus: “Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento”, v27. A expressão “casavam e davam-se em casamento” quer dizer, literalmente, casar e descasar-se seguidamente. Perceba que não há qualquer menção a Deus nessa passagem. O homem preocupa-se apenas consigo mesmo. Ele é o centro de tudo. Isso é homocentrismo, hedonismo, humanismo, existencialismo, secularismo.

Sobre os dias de Ló quando da destruição de Sodoma e Gomorra, que se assemelham também aos nossos dias, conforme palavras de Jesus, é dito que “Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam”, v28. Perceba quem,aqui, no versículo 28, o casamento já não é mais mencionado, a prioridade é o lazer e o passatempo, e Deus mais uma vez não é mencionado no contexto social.

De Noé a Ló, do contexto social aludido no versículo 26 ao aludido no versículo 28, são mais de 400 anos. O tempo passou, mas o homem não mudou, e ainda hoje é o mesmo, porque a sua natureza é pecaminosa.

Jesus disse: “Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma...”, v29-30. Veja o versículo 31: “Assim será no dia em que...”. Ou seja, os dias que antecedem a Segunda Vinda de Jesus serão semelhantes aos dias da saída de Ló de Sodoma.

O que é secularismo? Termos afins a este conceito são materialismo, humanismo, racionalismo, consumismo, existencialismo, religionismo, nominalismo e mundanismo. Secularismo é o inverso da espiritualidade bíblica na vida do crente. Secularismo é, no caso da vida da igreja, uma forma sutil, capciosa, ardilosa e disfarçada de corrupção na igreja. Seus pecados são, na maior parte, pecados do espírito.

O secularismo exerce grande atração, fascínio, enlevo e efeito anestésico sobre inúmeros cristãos e inúmeras igrejas. A advertência da Palavra de Deus para esse tipo de coisa é: “Afasta-te” (2Tm 3.5).

Há vários textos bíblicos correlatos a esse assunto. Em João 15.19 e 17.14-16, encontramos o termo “mundo”, que é “kosmos” no grego. O crente e o mundo (como sistema maligno) não devem ajustar-se, harmonizar-se, identificar-se, comungar um com o outro. Em Romanos 12.1-2, mundo é, no original grego, “aion”. Em Efésios 2.2, Paulo fala que não devemos andar como dantes, “segundo o curso deste mundo (kosmos)”. Em 1 Coríntios 2.12, ele nos alerta sobre “o espírito do mundo (kosmos)”. Em 1 João 5.19, o apóstolo João assevera que “o mundo (kosmos) está posto na maligno”. Em 1 João 2.15-17, enfatiza: “Não ameis o mundo (kosmos)”. Esse é um amor mórbido, doentio, amor-mentira. Há muitos outros textos correlatos, como Tiago 4.4 e Gálatas 6.14.

Em 2 Timóteo 4.10, Paulo conta que Demas se perdeu, “amando o presente século (aion)”. Demas foi um obreiro que amou o secularismo.

Na semana que vem, daremos continuidade a este valioso assunto, ressaltando a ação do secularismo como fermento na vida da igreja, levedando toda a massa.

SBB continua a levar a Palavra de Deus a um número cada vez maior

Total de Escrituras, incluindo porções e seleções bíblicas, ultrapassou os 242 milhões de exemplares


SBB continua a levar a Palavra de Deus a um número cada vez maior
O ano de 2011 foi mesmo especial para a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Depois de ter alcançado, em maio, a marca de 100 milhões de Bíblias produzidas desde a instalação da Gráfica da Bíblia, em 1995, a SBB distribuiu, em 2011, 6.783.255 Bíblias completas à população brasileira, 14,54% a mais do que em 2010. “A Palavra de Deus é cada vez mais necessária em nosso mundo, em especial para as pessoas em situação de risco social, cujas vidas são transformadas por meio da mensagem bíblica”, pondera o diretor executivo da SBB, Rudi Zimmer.
 
Se considerados todos os tipos de literatura bíblica distribuídos – Novos Testamentos, Porções Bíblicas (livretos contendo partes do texto bíblico, como evangelhos) e Seleções Bíblicas (folhetos com texto bíblico selecionado) –, foram mais de 242 milhões de exemplares espalhados em todas as regiões do Brasil, dos quais 26,3 milhões por meio dos programas sociais da SBB. Uma distribuição 2,89% superior a de 2010. “O ano de 2011 foi extremamente frutífero para a causa da Bíblia no Brasil, temos de agradecer a Deus por isso e pedir que ele nos oriente nessa missão, pois há ainda muito trabalho a ser feito”, diz o diretor executivo, lembrando que para que cada jovem brasileiro, ao completar 15 anos de idade, tenha seu exemplar da Bíblia, é preciso duplicar essa distribuição.
 
Diferentes formatos

O texto bíblico oferecido em diferentes formatos possibilita que a SBB atenda às necessidades específicas dos mais variados públicos. Grande parte das publicações é disponibilizada a preços subsidiados ou fornecida gratuitamente à população beneficiada pelos programas desenvolvidos pela organização. Entre eles estão Luz no Brasil, A Bíblia para Pessoas com Deficiência, A Bíblia nos Hospitais e A Bíblia nas Escolas. 
 
Outro programa que merece destaque é o Sócio Evangelizador, por meio do qual voluntários distribuem maciçamente folhetos com passagens bíblicas que, além de tratarem de temas do dia a dia da população, estimulam a leitura bíblica. Em 2011, foram distribuídos 231,4 milhões de exemplares de seleções bíblicas.
 
  “Mais do que números, esses dados representam a importância de se trabalhar em diferentes frentes, não perdendo nunca de vista a missão de difundir a Bíblia e a sua mensagem a todas as pessoas, numa linguagem que possam compreender e a um preço que possam pagar”, avalia o diretor executivo, destacando que a Sociedade Bíblica do Brasil tem buscado atender às necessidades das igrejas cristãs, desenvolvendo projetos editoriais relevantes e diversificados, que comuniquem a mensagem bíblica a todos os segmentos da população. Além disso, busca investir em programas holísticos, que atendam integralmente às necessidades da população em situação de risco social. “Este é um exercício pleno dos ensinamentos de Cristo e, por meio dele, fazemos com que a sua Palavra seja alimento, conforto e estímulo para o desenvolvimento humano”, diz Zimmer.

Presbiterianos dizem NÃO ao BBB

Igreja cria site que evangeliza sobre a importância da família


Presbiterianos dizem NÃO ao BBB Em sua 12º edição, o Big Brother Brasil ainda dá o que falar. Nesta terça-feira o assunto foi a expulsão de um participante e o comportamento de duas evangélicas no jogo. È possivel tirar algo de bom do programa? Para integrantes da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) sim. Eles criaram um blog O Lado B do BBB que orientam sobre dos valores inversos à família. E aconselha os leitores a uma vida nova com Jesus.

O 'Lado B do BBB' cita o porquê das escolhas dos perfis dos participantes. Ele aponta que o critério não passa de um jogo de interesse da emissora.   Em uma das notas, o blog  alerta para que a igreja evangélica deve se  posicionar com clareza contra esse tipo de entretenimento, que tem por princípio chamarizes filosóficos a imoralidade, a pressão psicológica, a promoção intencional de intrigas e a instabilidade emocional dos participantes."É uma decisão ideológica vulgarizar a sexualidade à exaustão para que tudo pareça normal em nome do desejo sexual, ao invés de reforçar a sacralidade, religiosa ou não, dos valores relacionados à fidelidade no casamento e ao respeito pela família base da sociedade."

A rejeição ao BBB 12 esta semana ganhou apoio de Helena Tanure, lider de intercessão do Diante do Trono. Ela conclamou os evangélicos descerem do muro. "Mulheres levantem um clamor de misericórdia e coloquem o joelho no chão".


Trecho da Nota postada no 'O Lado B do BBB'

O que poucos talvez percebam é que há uma ideologia por trás das escolhas apontando diretamente para certa eugenia social sofisticada e maligna que privilegia uma agenda política de exposição de determinados segmentos e grupos organizados em detrimento de outros.

Uma espécie de eliminação dos menos privilegiados, não porque são mais fracos ou incapazes de sobreviver como na natureza, mas porque simplesmente eles não interessam a quem realmente decide o que deve interessar ou não interessar ao país e ao mundo.

É uma decisão ideológica privilegiar beleza em detrimento de inteligência e competência, de defender a esperteza e o engano sobre o capital intelectual e interpessoal tão importante em todas as áreas da vida.

É uma decisão ideológica vulgarizar a sexualidade à exaustão para que tudo pareça normal em nome do desejo sexual, ao invés de reforçar a sacralidade, religiosa ou não, dos valores relacionados à fidelidade no casamento e ao respeito pela família base da sociedade.

É uma decisão ideológica fomentar o materialismo levado ao extremo pela ambição de ganhar o prêmio a todo custo, no lugar de incentivar o cultivo da espiritualidade e da solidariedade humana, mesmo que seja em um ambiente competitivo.

As origens e os equívocos da Teologia da Prosperidade e da Confissão Positiva

Conheça as origens e os pressupostos equivocados da TP e da Confissão Positiva


As origens e os equívocos da Teologia da Prosperidade e da Confissão Positiva
Já há alguns anos que grassa no Brasil uma doutrina divorciada da Palavra de Deus e que sobrevive justamente da distorção da interpretação do texto bíblico. Infelizmente, ela ainda prepondera no meio evangélico brasileiro, devido à influência midiática das igrejas neopentecostais, principais seguidoras e disseminadoras desses ensinos. Trata-se da Teologia da Prosperidade, que também responde pelo nome de Confissão Positiva, que nada mais é do que o seu arcabouço argumentativo.

A Teologia da Prosperidade é o ensino de que o cristão verdadeiro tem o direito de obter a prosperidade financeira e está imune a todas as doenças, podendo inclusive exigir tais coisas de Deus durante a vida presente sobre a Terra. Para isso, basta apenas que use o nome de Jesus e “chame a existência aquilo que não existe”, imitando o que Deus fez na criação do mundo.

O primeiro propugnador desse ensino espúrio foi o norte-americano Essek William Kenyon (1867-1948), que foi pastor de várias igrejas nos Estados Unidos, tendo até fundado uma denominação para ele. Influenciado por ideias de seitas que pregavam o poder da mente, a crença na inexistência de doenças pelo poder da mente e o poder do pensamento positivo, Kenyon criou sua doutrina de Prosperidade. Tudo começou quando frequentava a Escola de Oratória Emerson, em Boston, considerada o berço das ideias filosóficas do movimento denominado Novo Pensamento. Os principais ensinos desse movimento eram a cura, a saúde, a abundância, a prosperidade, a riqueza e a felicidade, e todas via o poder da mente.

O sistematizador do chamado Novo Pensamento foi um homem chamado Phineas Parkhust Quimby (1802-1866), que teve seus ensinamentos repercutidos no final do século 19, logo depois de sua morte. Quimby baseou sua filosofia em seus estudos sobre o espiritismo, o ocultismo, a hipnose e a parapsicologia de forma geral.

Conta o Dicionário do Movimento Pentecostal (CPAD) que “Foi Quimby quem disse ter curado Mary Baker Patterson Eddy, a fundadora da Ciência Cristã, em 1862. Ele tentou tornar a feitiçaria confiável usando a linguagem científica. Parece que o termo ‘Ciência Cristã’, usado por Eddy, fora criado por Quimby, junto com suas formulações teóricas, as quais se tornaram a base para a seita Ciência da Mente, que Eddy fundou. Quimby rotulou a sua formulação de ‘a ciência de Cristo’”.

Os seguidores de Quimby, os chamados quimbistas ou adeptos do Novo Pensamento, chegavam ao ponto de negar a existência da matéria, do sofrimento, do pecado e da enfermidade, dizendo que dores, enfermidades e desgraças poderiam ser banidos pelo poder da mente. Foi sob a influência dessa espécie de xamanismo (bruxaria) científico do Novo Pensamento que Kenyon criou sua doutrina, denominada originalmente de “a confissão positiva da Palavra de Deus”. Ele tentou fazer uma fusão entre os ensinos de Quimby e a Bíblia. Ele tentou adaptar sua crença nos ensinos do Novo Pensamento à Bíblia.

Apesar de Kenyon ser considerado o pai desse ensino espúrio, é outro nome que se destaca no mundo estando ligado a ele. Trata-se de um dos maiores discípulos de Kenyon, o homem que mais popularizou a Teologia da Prosperidade no mundo: o pastor norte-americano Kenneth Hagin (1917-2003).

Hagin era um batista que creu nas doutrinas bíblicas pentecostais e filiou-se à Assembleia de Deus norte-americana, tendo, inclusive, sido pastor nela. Porém, seu apreço aos ensinamentos de Kenyon o levaram à Confissão Positiva. Hagin, então, saiu da Assembleia de Deus, tendo peregrinado por algumas outras igrejas até, finalmente, fundar a sua própria aos 30 anos, época em que fundou também o Instituto Bíblico Rhema, grande centro divulgador de suas ideias.

Além de Hagin, são responsáveis também pela popularização dessas ideias nomes como os pastores Kenneth Copeland, Frederick Price e Charles Capps, menos conhecidos no Brasil, mas tão populares como Hagin nos Estados Unidos. Aliás, não é à toa que, em 1979, Hagin, Kenneth Copeland, Frederick Price, Charles Capps e outros ensinadores da Confissão Positiva resolveram se unir e fundaram a Convenção Internacional de Igrejas da fé, em Tulsa, Oklahoma.

Hagin ensinava que todo cristão verdadeiro deverá ter sempre saúde plena e riquezas, de sorte que toda doença ou pobreza é sinal de “maldição”. Afirmava ele: “Todo cristão deve esperar viver uma vida plena, isenta de doenças”. Ele cria que o crente fiel deve viver pelo menos 80 anos “sem dor ou sofrimento” e que quem ficasse doente é porque não reivindicava seus direitos ou não tinha fé. Ainda hoje, os seguidores de Hagin enfatizam que o crente deve ter carros novos, casas novas e próprias, as melhores roupas e uma vida de luxo.

A Confissão Positiva prega a chamada “Fórmula da Fé”, que se resume a quatro pontos: “Diga a coisa” (ensinava Kenyon, e repetia Hagin, que “De acordo com o que o indivíduo quiser, ele receberá”); “Faça a coisa” (ou seja, depois de afirmar, faça conforme a sua afirmação, como se já tivesse recebido aquilo que você determinou ou decretou; “De acordo com sua ação, você será impedido ou receberá”, ensinava hagin sobre esse ponto); “Receba a coisa” (viva como se já tivesse recebido o que você decretou); e “Conte a coisa” (fale da coisa às pessoas como se você já a tivesse recebido). Segundo Hagin, o crente, ao orar, deve utilizar termos como “exijo”, “decreto”, “determino” e “reivindico”, em lugar de dizer “peço”, “rogo” e “suplico”. Aliás, de acordo com ele, o crente nunca deve dizer “se for da Tua vontade”, pois isso “destrói a fé”.

Os muitos equívocos da Confissão Positiva

O pastor Esequias Soares, líder da Assembleia de Deus em Jundiaí (SP) e da Comissão de Apologia da CGADB, destaca os equívocos da Teologia da Prosperidade. “Para fundamentar a Teologia da Prosperidade, seus expoentes apresentam um Jesus rico e muito próspero financeiramente quando esteve entre nós. Afirmam ainda que Jesus vivia numa casa grande, administrava muito dinheiro, por isso precisava de um tesoureiro, e usava roupa de griff. Cremos não haver necessidade de refutar tais idéias. Comparemos, por exemplo, Lucas 2.21-24 com Levítico 12.2-4,6,8 e 9.58, e veremos que a família de Jesus não era rica”, lembra pastor Esequias.

Pastor Esequias ressalta ainda a confusão que os adeptos da Confissão Positiva fazem entre os termos logos e rhema. “Hagin faz diferença entre as palavras gregas rhema e logos. Ambas significam ‘palavra’. Ele afirma que logos é a palavra de Deus escrita, a Bíblia, e que rhema é a palavra falada por Deus em revelação ou inspiração a uma pessoa em qualquer época, de modo que o crente pode repetir com fé qualquer promessa bíblica, aplicando-a à sua necessidade pessoal, e exigir seu cumprimento. A base da Confissão Positiva é a fé. O crente deve declarar que já tem o que Deus prometeu nos textos bíblicos e tal confissão pode trazer saúde e prosperidade financeira. A confissão negativa, por sua vez, é reconhecer a presença das condições indesejáveis. Em outras palavras, você nega a existência da enfermidade e ela simplesmente deixará de existir. Isso é o que ensinava Quimby e ensina ainda hoje a seita Ciência Cristã. Ora, atribuir tanta autoridade assim às palavras de uma pessoa extrapola os limites bíblicos. Além disso, não é verdade que haja essa diferença entre logos e rhema”, afirma pastor Esequias.

O apologista e teólogo lembra ainda que “Deus é Senhor e soberano e nós os seus servos. O Senhor Jesus nos ensinou, na chamada Oração do Pai Nosso: ‘Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu’, Mt 6.10. Essas duas palavras gregas são usadas alternadamente para indicar a Bíblia. A Septuaginta usou o termo rhema tou theou, ‘palavra de Deus’, para designar a Bíblia em Isaías 40.8. A mesma expressão reaparece no Novo Testamento grego (1Pe 1.25). Isso encontramos também nos escritos paulinos (Ef 6.17) e, no entanto, encontramos também logos tou theou para designar a Bíblia em Marcos 7.13. A Bíblia diz que devemos confessar nossas culpas para que sejamos sarados (Tg 5.16) e isso não parece ser Confissão Positiva. O apóstolo Paulo afirma haver se contentado com a abundância e com a escassez (Fp 4.11-13). É verdade que a doença é conseqüência da Queda do Éden, mas dogmatizar que todos os enfermos estão em pecado ou não têm fé é ir além do que está escrito. Há casos de pessoas que foram enfermas por desobediência a Deus (Nm 12.10). Por outro lado, há casos de homens de Deus serem enfermos fisicamente. Timóteo (1Tm 5.23) e Trófimo (2Tm 4.20) são exemplos. Devemos ter discernimento para sabermos quando o caso é puramente clínico e quando é espiritual”, destaca o líder.

Ressalta ainda pastor Esequias: “As Sagradas Escrituras ensinam que nem a pobreza nem a riqueza são virtudes, e elas não tratam a pobreza com desdém. Não devemos ir para um extremo e nem para o outro (Pv 30.8-9). É verdade que a riqueza é bênção de Deus, desde que seja adquirida de maneira honesta, não vise exclusivamente aos deleites (Tg 4.3) e não venha dominar a pessoa. Também é bom saber que a pobreza não é símbolo de maldição divina (Pv 17.1 e 1Tm 6.7-9). A Confissão Positiva é uma crença sem fundamento bíblico”.

Ao final, o líder faz um alerta. “Algumas pessoas vêem as aberrações da Confissão Positiva, mas às vezes hesitam em rebater esses abusos temendo dividir o povo de Deus, ou até mesmo ser reputado como incrédulo ou anti-pentecostal. Nós cremos no sobrenatural de Deus e na obra do Espírito Santo. Somos testemunhas de curas e outros milagres que o Senhor Jesus tem operado em nosso meio. Isso são promessas de Deus exaradas na Bíblia (Mc 16.17-20 e Jo 14.12). Nem por isso vamos ser ingênuos para aceitar doutrinas sem base bíblica. Jesus disse: ‘Sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas’, Mt 10.16”, conclui.