segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cristo: A Essência da verdade Cristã



TEXTO BÍBLICO: JOÃO 8.31-42
Exórdio: Estamos contemplando dia a pós dia uma crise aguda, Crônica, sem precedentes, da falta de um verdadeiro cristianismo que realmente professe a Cristo, que glorifica a Cristo, que reconheça o Senhorio de Cristo. Os pilares da obediência, da piedade, da santidade, da glorificação de Cristo, estão a cada dia sendo substituído por mensagens ,triunfalistas, humanistas, pragmáticas, mensagens que exaltam mais o homem, que glorificam mais o homem, que coloca o homem no centro das atenções, no eixo principal de relacionamentos. Pregadores que estão falando mais de auto-ajuda do que da ajuda do alto. Eles falam mais sobre o que o homem pode alcançar do que a gloriosa obra da graça de Deus a favor do homem. Homens que na verdade estão atrás de aplausos de riquezas, em vez de buscarem a glória de Deus e a salvação dos perdidos.
Oração interrogativa: Como podemos obter e diferenciar a verdade de Deus em meio a tanto misticismo e sincretismo religioso? Que caminhos devemos trilhar para que venhamos identificar a verdade de Cristo?
Oração transitiva: Quando olhamos para esse texto, podemos extrair algumas verdades, que são peculiares das verdades de Cristo.

I.O conhecimento da verdade é marcado pela pratica de obediência a Cristo VS.31,35
Jesus enfatiza duas coisas aqui que é digno de nota:
1. A Fé.
“Aos judeus que haviam crido nele”
a)      Era uma fé Cristocêtrica
Fé Cristocêntrica, é uma fé que está centralizada em Cristo, que a razão e o conceito fundamental é Cristo. Para muitos o sinônimo de fé hoje, é ter o bolso cheio de dinheiro, andar de carro zero, vestir as melhores grifes, calçar os melhores sapatos.Essa é fé pregada pelos falsários da prosperidade, pelos arautos de uma fé materialistas.E fé que eles pregam, é uma destituída da obediência a Cristo e a sua palavra, é uma fé morta, inerte, sem frutos.
Mas, a verdadeira fé enaltece e reconhece o Senhorio de Cristo. Nunca se dobrará diante dos pressupostos humanistas que, querem roubar a gloria de Cristo.
b)     Era uma fé com Razão.
“Creram nele”
            A fé dos que creram, não era um fé destituída de entendimento, eles sabiam em que, e em quem estavam crendo.
 John Sttot diz: “Crê é também pensar”
Muita gente hoje não tem essa convicção cristã, apóia sua fé, em objetos, em pessoas finitas, falhas, efêmeras.
            Paulo possuía tanta convicção de sua que disse: “E, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu deposito até aquele dia” (1 Tm 1.12)
2. A Prática da palavra de Deus.
“Se vós permanecerdes na minha palavra”
         Nós vemos que essa declaração foi um divisor de águas no ministério de Jesus. Foi um dos pontos culminantes de suas pregações e ensino.
             E No evangelho de João tem um capitulo que o próprio Jesus dedicou exclusivamente, para falar da importância da pratica de sua palavra.
“Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir frutos de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.Se não alguém não permanecer em mim, será lançado fora....Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerdes em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.Permanecei no meu amor.Se guardardes os meus mandamentos permanecerei no meu amor; Não foste vós que escolheste a mim; pelo contrario, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao meu pai em meu nome ele vo-lo conceda”( Jo 15.4,5,6b,7,9b,10a,16)
        
Micheal Horton:Desenvolveram um Cristianismo de múltiplas opções, no qual os indivíduos escolhem o que preferem... e passam por cima daquilo que não se ajusta a seus objetivos espirituais. O que muitos deixam para trás é o sentimento penetrante do pecado” [1].
Muitos cristãos têm conduzido as suas vidas, pelos seus próprios pensamentos, segundo suas próprias ideologias do momento, os seus interesses estão acima das verdades bíblicas, tem trato as escrituras com desprezo, a bíblia se tornou com um livro mágico, cabalístico, que apenas é aberto, nas horas de minhas necessidades. Outros preferem os triunfalistas livros de auto-ajuda, para resolver os nossos problemas e para nos orientar em nossos dilemas, os gurus estão à nossa disposição, o sincretismo penetra todos os lugares, as propostas mais inusitadas batem à nossa porta diuturnamente e nós temos deixado de lado a única regra de fé e prática da Igreja de Cristo, as Escrituras Sagradas.
Hoje o lema é primeiro eu, depois a bíblia, isso quando a bíblia é mencionada As Escrituras Sagradas ficaram em último lugar, se é que na vida de muitos ela ainda tem algum lugar. Essa é a razão pela qual precisamos voltar o nosso foco para as Escrituras como única fonte de autoridade para reger nossas vidas.

Boa parte da Igreja tem feito uma contextualização que descontextualiza e desconfigura a mensagem do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo: Muitos estão bebendo dos borbotões das cisternas rotas da sociedade moderna e pós-moderna”[2].

John MacArthur Jr.:Existe e sempre existiu uma incompatibilidade fundamental, irreconciliável entre a igreja e o mundo. O pensamento cristão é totalmente desarmônico com todas as filosofias da História. A fé genuína em Cristo implica numa negação de todo valor mundano. A verdade bíblica contradiz todas as religiões do mundo. O próprio Cristianismo é, portanto, virtualmente contrário a tudo o que este mundo admira”[3].
Desejai ardentemente, com crianças recém nascidas, o genuíno leite espiritual para que, por ele, vos seja dado crescimento para a salvação” ( 1 Pe 2.2)
II. O conhecimento da verdade é marcado por um profundo relacionamento com Cristo v.32
Mas, o que esse relacionamento produz?
1.Conhecimento de Deus.
“conhecereis a verdade”
            Hoje vemos também muitos cristãos em um verdadeiro marasmo espiritual, sem ideais cristãos, pessoas porque não possuem um relacionamento sadio com o Deus que eles dizem que serve e adora.
            Na realidade o estamos vendo  nada  mais do que uma diminuição de Deus no cenário atual.Cristãos, motivados por um espírito anticristãos, que acham que pode mandar Deus, que Deus é seu menino de recado.

Muitos por não possuírem um conhecimento de Deus e de sua palavra para alimentar o povo, usam frases fabricadas: tais como Deus tem de me curar!”“, “Eu não aceito essa enfermidade em minha vida!”, “Deus é o dono do ouro e da prata, portanto, eu devo ter prosperidade, pois sou seu filho!” “Eu determino a vitória em sua vida”

Isso revela o anseio e os problemas de muitos crentes, mas que igualmente revelam como Deus tem sido compreendido por muitas pessoas e em tantos círculos evangélicos.
Líderes “espirituais” sem temor a Deus transformam a igreja numa empresa familiar, o púlpito num balcão, o evangelho num produto lucrativo, o templo numa praça de barganha, e os crentes em consumidores.

Em meio a este emaranhado de enunciados de efeito que são pronunciados atualmente a respeito de Deus, assistimos a uma diminuição considerável da imagem do Deus revelado nas Escrituras Sagradas, pois a esse “Deus” sobre quem tais frases dizem respeito é reduzido a um escravo do homem, que deve obedecer a ordens advindas de homens e mulheres pecadores, imperfeitos e mesquinhos. A idéia do Deus que nos obedece em nossos pedidos não me parece a noção adequada, porque conceberíamos o ser humano demasiadamente poderoso, que supera, inclusive, o poder desse Deus, pela simples razão de que ele se dobra ante a vontade e os desejos humanos.

A imagem do Deus soberano se rarefez em meio a essas concepções equivocadas, Deus se tornou um fantoche em nossas mãos, ele perdeu seu status de soberania, de governo absoluto sobre suas criaturas, ele se colocou em um patamar de subserviência, onde apenas recebe ordens de seus filhos, os quais exigem isso ou aquilo de sua parte. Esquecemo-nos daquilo que as Escrituras nos dizem:
“...Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda...”[4].
            O salmista reconhece o governo absoluto de Deus sobre sua vida, de maneira que Deus resolveu tomar as decisões sobre a vida dele sem lhe pedir opinião, os dias do servo do Senhor são estabelecidos antes mesmos de sua ocorrência no tempo e no espaço. Essa figura é inconcebível em nosso tempo, pois as pessoas não querem o Deus soberano que governe a existência conforme o conselho de sua vontade, elas querem a democracia, querem tomar parte na construção da história de forma majoritária, desejam que tal história seja bela e ornamentada por aquilo que elas desejam, não querem se render a uma autoridade que tome as decisões por elas. Essa é a grande dificuldade de aceitação da imagem do Deus soberano que cuida de sua criação conforme seus próprios desígnios e não segundo a nossa vontade. E a teologia reformada trabalha com essa noção de Deus, em sua expressão soberana, em que ele decide todas as coisas e nós não podemos ser contra tal decisão, somos apenas criaturas, cativas pela sua graça e indefesas perante seu pleno poder.
“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo o mais”[5].

O pensamento de que Deus age mediante nossas solicitações traz o entendimento de que ele não tem independência nem autonomia para reger a existência de suas criaturas, se as nossas exigências são capazes de fazer com que Deus reordene sua agenda ou bagunce seus planos, inevitavelmente teremos de conceber o conceito de que servimos ao Deus que tem como propriedade (ou como defeito) a frustração. Ele pode ser frustrado pelos seres humanos:
Depois de Deus falar a Jó do meio de um vórtice, Jó é contundente ao falar sobre o governo soberano de Deus em sua confissão:
“Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado”[6].
Aqui há expressamente o reconhecimento de que os planos de Deus não podem ser frustrados, aquilo que Deus decide não pode ser contrariado, quando há uma mudança da parte de Deus isso está em plena harmonia com seus eternos propósitos, ele não erra para ter de voltar atrás, ele não se equivoca para ter de se corrigir, a revisão é uma particularidade de seres imperfeitos, mas em Deus não há a necessidade de revisão, tudo que ele faz está ornado de sabedoria e exatidão. Caso não entendamos Deus sendo perfeito em suas ações, por mais que elas nos pareçam obscuras e estranhas, devemos admitir que servimos a um Deus que é imperfeito e isso já denuncia a implausibilidade desse Deus, pois a própria noção de Deus abarca a perfeição em todos os sentidos.

2. Libertação de pecado.
“E a verdade vos libertará” VS.34-36
Logo no inicio do capitulo está explicito que essa era uma das funções primordiais de cristo durante o seu ministério terreno
            Mas, por que o homem precisa de perdão de pecados?
Paulo mostra a razão acerca disso em efésios cap.2
Por que a obra do pecado está contra nós – v. 1-3
a)     O homem está morto – v. 1
Todo membro da raça de Adão nasce totalmente depravado, caído, alienado de Deus, e em escravidão ao mal. (Rm 5.12-21).
Efésios 2, por exemplo, diz que as pessoas em seu estado decaído estão mortas em delitos e pecados – espiritualmente mortos (v. 1). Eles andam em mundanismo e desobediência (v. 2). Eles vivem segundo as inclinações da carne, enquanto "fazendo a vontade da carne e dos pensamentos" e são, "por natureza, filhos da ira, como também os demais" (v. 3). Eles estão "sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo" (v. 12).
b) O homem é desobediente – v. 2-3ª
            Há três forças que levam o homem a esta desobediência: o mundo, o diabo e a carne
c) O homem é depravado – v. 3b
O homem não convertido vive para agradar a vontade da carne e os desejos do pensamento. O homem é escravo do pecado. Ele anda com o pescoço na coleira do diabo e do cabresto do pecado.
d). O homem está condenado – v. 3c
O homem não convertido por natureza é filho da ira e pelas obras é filho da desobediência. A pessoa incrédula, não salva, já está condenada (João 3:18). Fora de Cristo o homem está morto por causa do pecado, escravizado pelo mundo, pela carne e pelo diabo, e condenado sob a ira de Deus

III. O conhecimento da verdade é marcado pelo reconhecimento da divindade de Cristo v.42

Discussão: Os eruditos religiosos perguntaram a Jesus “Quem és tu? Os judeus rejeitavam o nascimento virginal, assim acusavam Jesus de ter nascido ilegitimamente. Aquilo era um insulto ao nascimento e ao caráter de Jesus.
Jesus afirmou sua divindade com grande ousadia em varias ocasiões. E lhes mostraram de inúmeras formas que era o filho de Deus, mas eles rejeitavam suas evidências.
No capítulo 8. Ele revela-se como um ser que:
Perdoa pecado v.11
Como a luz do mundo v.12
Como um ser imutável v.14
Disse que suas palavras eram infalíveis v.14
Como um ser transcendente v.29,58 (Aqui ele reivindica sua divindade)
Uma das mensagens mais importantes do evangelho é que a luz espiritual brilha, mas as pessoas não são capazes de compreende-la e tentam apagá-la v.59 ( compare. Jo 1.4,5)












Conclusão: Será que a aquilo que estamos anunciando, é realmente a verdade de Cristo? Ou estamos entrando na onda desse mundo pós-moderno que nega a obediência pela palavra de Deus, que menospreza que o homem pode se relacionar com Deus, e que ridiculariza a  sua divindade  reduzindo-o a qualquer outro deus.
Mediante tudo isso, somos convocados a levarmos uma mensagem que esteja fundamentada nessas verdades que a bíblia nos apresenta.





[1] HORTON, Michael. Os Sola’s da Reforma, in: BOICE, James et. al.. Reforma Hoje, p. 98.
[2] HORTON, Michael. Os Sola’s da Reforma, in: BOICE, James et. al.. Reforma Hoje, p. 102.
[3] Princípios para uma Cosmovisão Bíblica: uma mensagem exclusivista para um mundo pluralista, p. 14.
[4] Salmo 139.14-16.
[5] Atos 17.24-25.
[6] Livro de Jó 42.2.

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